Governo de Sergipe participou de um encontro para avaliar e levantar propostas de melhorias na cadeia produtiva dos citros. A reunião aconteceu nesta sexta-feira, 1°, na Indústria Tropfruit Nordeste, localizada no Distrito Industrial de Estância, município do sul do estado.
A gestão estadual foi representada pelo secretário de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca, Zeca Ramos da Silva, e pelo secretário executivo da Seagri, Otávio Sobral. “Fomos convidados pelos produtores e empresários para sentir como está a cadeia produtiva citrícola em Sergipe, sobre essas demandas de oferta da laranja, tratar também do mercado e comércio exterior. Um diálogo que demonstra unidade da cadeia produtiva”, afirmou Zeca.
O cinturão citrícola que envolve o norte da Bahia e o sul de Sergipe apresenta resultados positivos na safra de laranja. De acordo com dados da Indústria Tropfruit Nordeste Sergipe, Sergipe tem 16 municípios produtores de laranja que, somados à região produtora do Norte da Bahia totalizam cerca de 30 municípios.
“Essa região produtora envolve cerca de um milhão de pessoas que vivem deste setor citrícola. Uma atividade que mobiliza do ponto de vista social e econômico o plantio, mas também os setores de transporte, alimentício, comércio de insumos, maquinários e serviços como colheita, assistência técnica”, detalhou o representante da Indústria Tropfruit Nordeste, administrador da TropFruit, Diorane Morais Araújo.
Ele acrescentou que o mês de julho é o principal período de colheita na região e, com a safra positiva, produtores têm as fábricas de processamento como as principais compradoras. As laranjas processadas pela indústria são vendidas para o mercado interno e exportação.
O produtor Marcos Trindade avaliou que não há uma supersafra, mas sim uma safra positiva com bons resultados na produção e produtividade, evoluindo de uma produtividade que saiu de 15 toneladas por hectares para 60 toneladas por hectares.
O secretário da Seagri, Zeca da Silva, explicou que os resultados positivos na safra de laranja, principalmente, demonstram uma recuperação dessa cultura em Sergipe. “Temos em Sergipe uma produção de laranja com alto nível de excelência, que não perde para nenhum país do mundo em tecnologia. Este resultado vem como consequência dos investimentos em tecnologia, maquinário, manejo e porta-enxerto, e os produtores estão de parabéns por isso. Esta é uma cadeia produtiva que tem grande atenção do governo, por reconhecer a importância para o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, a citricultura é a cultura de maior empregabilidade e que movimenta vários setores como comércio de insumos e implementos, serviços, setor alimentício e transporte”, frisou.
Sobre o escoamento da produção, o representante da Indústria Tropfruit Nordeste, Diorane Morais Araújo, contou que mesmo com as dúvidas sobre as tarifas internacionais, a indústria não parou. “Estamos num período de colheita da laranja, e nossa indústria está movimentando a entrada de cerca de 110 a 120 caminhões por dia de laranja. Não paramos, trabalhamos de domingo a domingo recebendo laranja dos produtores da Bahia e Sergipe. Processamos cerca de 2 mil toneladas de laranja por dia. Nossa indústria é a maior fora do eixo São Paulo, beneficiando e exportando para 32 países (90% das vendas), mais o Estados Unidos (10% das vendas). Mesmo com a suspensão de alguns compradores do mercado internacional, por conta das dúvidas sobre a tarifação, não deixamos de receber a laranja dos produtores”, relatou.
Diorane Morais Araújo adicionou que a Indústria tem feito a estratégia de planejamento de estoque. “Estamos encaminhando 30 contêineres para o estoque na Holanda e em câmaras frigoríficas aqui no Brasil”. De acordo com ele, o suco de laranja ficou de fora da taxação de 50% por parte dos EUA, mas os óleos essenciais e a laranja in natura serão taxados pela nova medida, que pode provocar efeitos no mercado. “Por outro lado, temos uma relação comercial com mais 32 países”, lembrou.
Iniciativas
Zeca da Silva ressaltou iniciativas do estado voltadas para o setor citrícola. “Além do importante trabalho de vigilância sanitária nas fronteiras, na assistência técnica aos agricultores familiares com o programa ‘Citricultura Sustentável’, o governador Fábio Mitidieri autorizou investimentos na realização do Censo da Citricultura, para avaliar evolução em termos de área plantada, produção, produtividade, impacto econômico e social do setor. Os dados servirão para maior planejamento de toda cadeia produtiva. A proposta foi bastante elogiada pelos produtores e setor industrial, visto que os dados atuais não são atualizados”, sublinhou.
Ele enfatizou ainda que o Estado programou investimentos de R$ 3 milhões em viveiros telados para produção de porta-enxertos de qualidade. “Iremos imprimir maior rigor na produção de mudas, tecnologia e manejo. Faremos contratação de técnicos e agrônomos para o setor citrícola já autorizado pelo governador. Retomaremos a Festa da Laranja, iniciativa que valoriza a autoestima da região produtiva, valorizando a cultura e o consumo da produção local”.
O secretário completou dizendo que o governo está ampliando o diálogo com os prefeitos da região citrícola e com as instituições parceiras com Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Uma das demandas propostas pelos produtores foi a sobre a qualificação de mão de obra. Pretende-se realizar parceria entre Governo de Sergipe, Senar e Sebrae para capacitação de demandas específicas da citricultura como operador de máquinas, mecânico, operadores de drone e outras demandas dos produtores.
Participantes
Participaram também do encontro o representante da Indústria Tropfruit Nordeste, Elenaldo Santos, o vice-prefeito e secretário da Agricultura de Estância, Cristóvão Freire; o secretário da Indústria e Comércio de Estância, Filadelfo Alexandre; os produtores Gustavo Medina, Jorge Trindade e Marcelo Fonseca Medina.
Foto: Vieria Neto