Na noite da última sexta-feira (09), a Prefeitura de São Cristóvão, por meio da Fundação Municipal de Cultura e Turismo João Bebe Água (Fumctur), abriu a exposição “Um Olhar sobre a Performance da Capoeira”, do artista visual Wécio Grillo. O espaço, decorado com artes que contam e celebram a história da capoeira, apresenta obras que combinam porcelana fria e outros materiais, resgatando a energia dos movimentos que simbolizam resistência, resiliência e luta. As obras estão expostas na Casa das Culturas Populares, em frente à Praça São Francisco, e poderão ser visitadas até o dia 25 de maio.
Segundo a coordenadora de Patrimônio Imaterial da Fumctur, Milena Almeida, a exposição sobre a capoeira é importante por apresentar os movimentos dessa prática cultural popular brasileira e afro-brasileira, além de abordar aspectos de acessibilidade. Ela explica que as obras expostas são táteis, o que contribui para que as pessoas tenham uma experiência mais ampla e inclusiva, permitindo uma maior compreensão dos temas abordados.
“Não há lugar melhor para receber uma exposição como essa do que a Casa das Culturas Populares, considerando o compromisso que essa casa tem com a preservação e valorização das expressões culturais, além de todo o seu histórico. A exposição ficará até o dia 25 de maio, e todos estão convidados a vivenciar essa imersão”, destaca Milena.
O artista visual Wécio Grillo celebra mais uma exposição na cidade e compartilha que as artes podem ser tocadas, assim como os instrumentos exibidos no espaço, justamente para que o visitante sinta a imersão na história. “As obras são em alto-relevo, os instrumentos são verdadeiros e podem ser tocados. As telas foram elaboradas em porcelana fria, permitindo que as pessoas cegas possam tatear, assim como a ficha técnica, que está em braile, complementando essa acessibilidade. Aqui, contamos a história da capoeira, do nosso povo, para que possamos valorizar cada vez mais nossa arte afro-brasileira”, destaca.
Na abertura, a Casa das Culturas Populares foi um espaço de homenagem e festa, com a presença de mestres e mestras da capoeira, jovens capoeiristas e moradores locais. De acordo com o mestre Rato Branco, a capoeira é uma poderosa ferramenta de inclusão social, pois não tem restrições de cor, tamanho ou naturalidade, e parabenizou a gestão por valorizar, em suas ações, a capoeira, além de incentivar sua prática.
“Esperamos que esse progresso não pare por aqui, mas que continue se espalhando por todos os bairros, povoados e comunidades, com instrutores, monitores e oficinas culturais levando adiante um pouco mais da nossa rica cultura brasileira e afro-brasileira. A capoeira é uma arte completa. Ela envolve musicalidade, atividade física, psicologia e muito mais. Tudo o que você imaginar, a capoeira oferece. É, sem dúvida, uma prática que só traz benefícios”, complementa mestre Rato Branco.
Yasmin Vitória, capoeirista, se alegra ao ver uma exposição que leva a história da capoeira, valorizando e homenageando uma prática que foi um divisor de águas em sua vida. “A capoeira é um símbolo religioso para mim, é uma das únicas coisas que me inspira e me faz muito bem. Desejo a todos que nunca desistam dos seus sonhos, assim como eu não tenho desistido, e que façam capoeira, é algo maravilhoso”, concluiu.
A exposição ficará disponível para visitação gratuita até o dia 25 de maio, na Casa das Culturas Populares, localizada em frente à Praça São Francisco, no Centro Histórico de São Cristóvão. Os interessados podem visitar de terça a sexta-feira, das 08h às 12h e das 13h às 17h, e aos sábados, das 09h às 13h.
Da assessoria – foto Dani Santos.