Em seu mestrado em Administração Pública, Priscila desenvolveu a dissertação “Teletrabalho e Gênero na Administração Pública”, incluindo entrevistas com 20 servidoras públicas e a aplicação de questionários para mais de 300
Candidata a vereadora por Aracaju, Priscila Boaventura (PSD) também é auditora de Controle Externo do Tribunal de Contas de Sergipe e tem dedicado seu trabalho à pesquisa sobre a implementação do teletrabalho no serviço público. Em seu mestrado em Administração Pública, ela desenvolveu a dissertação “Teletrabalho e Gênero na Administração Pública”.
Durante sua pesquisa, que incluiu entrevistas com 20 servidoras públicas e a aplicação de questionários para mais de 300, Priscila encontrou diversas vantagens para as mulheres auditoras. A principal, segundo ela, foi a possibilidade de estar mais próxima da família e acompanhar o desenvolvimento dos filhos, além de poder gerenciar melhor o tempo com a flexibilidade de horários e a economia de deslocamento.
Ela também destacou que sua escolha de tema foi motivada pela busca por uma forma de prestar um serviço de melhor qualidade, de maneira otimizada, ao mesmo tempo em que conseguiria estar mais próxima da família e cuidar dos seus filhos, entre eles, Joaquim, que possui Transtorno do Espectro Autista (TEA).
“O transtorno do espectro autista não é uma doença e por isso não tem cura, mas tem um tratamento de saúde multidisciplinar que envolve uma carga horária intensa diariamente. Com três filhos ainda pequenos fui obrigada a frequentar clínicas, participar de cursos e capacitações para entender e conseguir dar suporte ao meu filho. Costumo dizer que a oportunidade de poder trabalhar metade da minha carga horária profissional remotamente fez toda diferença para me “manter viva” e seguir adiante numa rotina de tantos compromissos e atribuições familiares, conta Priscila.
“Além disso, o teletrabalho também favorece uma importante dimensão social, ao permitir que mães possam dar proteção integral a seus filhos ou cuidar de pessoas com deficiência”, afirma Priscila. Na carreira profissional, o aumento da produtividade também foi apontado como um benefício significativo, já que muitas auditoras relataram que o ambiente remoto oferece melhores condições de concentração e desempenho.
Teletrabalho como política de gestão
Priscila acredita que o teletrabalho pode ser uma política de gestão de pessoas voltada para a equidade de gênero, além da possibilidade de abranger outros públicos na busca pela equidade. “Embora o foco da minha pesquisa tenha sido a equidade de gênero, o teletrabalho pode ser adaptado para atender as necessidades de pessoas com deficiência, neurodivergentes, ou aquelas responsáveis pelos cuidados de familiares, proporcionando uma inclusão laboral mais ampla”, pontua a candidata a vereadora.
Ela sugere que as organizações públicas voltem a adotar políticas de teletrabalho, integral ou híbrido, e que se faça uma avaliação psicoprofissional dos servidores para garantir condições adequadas de desenvolvimento profissional. Para ela, o teletrabalho é uma poderosa ferramenta para aumentar a produtividade e inclusão no serviço público.
Apesar das vantagens, algumas desvantagens também foram identificadas por Priscila. Entre elas, a sobrecarga das mulheres com atividades domésticas e a dificuldade de separar o tempo pessoal e profissional, já que a flexibilidade de horários pode, em alguns casos, aumentar as expectativas familiares. “As mulheres ainda são as principais responsáveis pelos cuidados domésticos, o que, mesmo no teletrabalho, sobrecarrega a rotina”, explica Priscila. Ela também aponta como uma desvantagem do modelo, o aumento dos custos domésticos, a exemplo da manutenção de um espaço adequado para o trabalho remoto.
Fonte e foto assessoria