Aracaju, 20 de outubro de 2025
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Projeto Âmago leva esperança a mulheres do povoado Jenipapo, município de Lagarto

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A Prefeitura de Lagarto, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), vem transformando vidas com o Projeto Âmago, uma iniciativa que une cuidado, escuta e acolhimento às mulheres em situação de vulnerabilidade física e emocional. Atualmente em funcionamento no povoado Jenipapo, o projeto tem impactado diretamente a vida de mulheres que convivem com transtornos psicológicos e dores crônicas.

Além de promover bem-estar e apoio emocional, o Âmago tem contribuído para o desafogamento da Rede de Atenção Primária, que enfrenta alta demanda por esses casos, e, consequentemente, reduz a sobrecarga na Rede de Atenção Especializada, garantindo maior acesso a quem realmente necessita de tratamento contínuo.

O projeto surgiu da necessidade observada nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), onde o número de pacientes com sofrimento psíquico, dores crônicas e baixa autoestima vinha crescendo significativamente. Diante dessa realidade, a coordenadora das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), Maria do Carmo dos Santos, e a coordenadora da Equipe Multidisciplinar (Emulti), Thalita Lima, idealizaram o projeto com o objetivo de oferecer um cuidado integral: corpo, alma e mente.

“Queremos acolher essas mulheres com escuta humanizada, práticas terapêuticas e um espaço para que compartilhem suas dores e histórias. Muitas vezes, só o fato de serem ouvidas já alivia parte da dor que carregam há anos”, explicou Maria do Carmo.

Com empatia e dedicação, a equipe multidisciplinar transforma dor em acolhimento e esperança. (Foto: André Morais/ SMS PML)

Cuidado multiprofissional

O projeto funciona de forma quinzenal, com encontros realizados no próprio povoado, e os grupos são formados com base nas indicações das equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) e contam com acompanhamento multiprofissional, que incluem médicos, psicólogos, fisioterapeutas e terapeutas integrativos.

Além de rodas de conversa e acolhimento, são ofertadas práticas integrativas como auriculoterapia, meditação, automassagem, reflexões e outras atividades voltadas ao bem-estar emocional e físico.

“O Âmago vem direcionar e proporcionar, através dos encontros propostos, cuidados para o bem-estar físico, emocional e social, fundamental para uma vida social e produtiva. Além de simplificar o processo de atendimento, eliminando etapas desnecessárias e tornando o cuidado mais ágil e eficiente, desenvolvendo a capacidade de lidar com desafios”, completou Maria do Carmo.

Vidas transformadas

Mais do que um projeto de saúde, o Âmago tem se tornado um ponto de apoio emocional, físico e espiritual para essas mulheres. Por meio da escuta, do acolhimento e de práticas integrativas, a iniciativa está despertando nessas pacientes algo que por muito tempo parecia adormecido: a esperança.

Ana Cláudia Sabino, de 41 anos, foi diagnosticada com fibromialgia há cerca de quatro anos, mas acredita que convive com a doença desde a infância, embora nunca tenha tido acesso adequado ao diagnóstico ou tratamento. Moradora do povoado Jenipapo, ela foi convidada a participar do projeto por profissionais da Unidade de Saúde da Família local. Desde o primeiro encontro, sentiu que estava no lugar certo.

“Aqui a gente ouve e é ouvida. Isso faz toda diferença. Às vezes, achamos que a dor é só nossa, mas percebemos que tem outras pessoas sofrendo igual ou até mais. Isso gera empatia e força. Já pensei que minha dor não tinha fim. Cheguei a perder a vontade de viver. Mas o projeto me ajuda a lembrar que tenho valor, que tenho vida, e que posso sim viver apesar da dor”.

Participante do Projeto Âmago, Ana Cláudia representa a força de mulheres que estão redescobrindo seu valor e aprendendo a conviver com a dor de forma mais leve. (Foto: Ronaldo Gomes / SMS PML)

Apolônia Oliveira, 52 anos, também enfrenta a fibromialgia e conheceu o projeto por meio de uma amiga. “Eu já estava acostumada a ouvir que minhas dores eram ‘coisa da minha cabeça’, que era frescura. Já passei dois meses sem andar, dependente de outras pessoas até para ir ao banheiro. Quando soube que teria acompanhamento psicológico, fisioterapia, aulas e rodas de conversa, senti que era algo diferente. Aqui, não sou só mais um número. Aqui, me tratam com respeito e carinho”.

Para a médica da Estratégia Saúde da Família, Dra. Joelma Santana, o projeto representa uma resposta humanizada e necessária à crescente demanda por saúde mental no município.

“A maioria dessas mulheres convivia há anos com dor, ansiedade, depressão e falta de acolhimento. O que estamos vendo é um verdadeiro renascimento. Algumas já conseguiram reduzir o uso de medicamentos, outras relatam melhora no sono, no humor, nas relações familiares. Elas estão mais conscientes, mais confiantes e com mais vontade de viver”.

Secom Prefeitura de Lagarto

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